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quarta-feira, 26 de setembro de 2007


O Rg 2007 - Rock Garagem Festival acontece dia 28/09 sexta em Curitiba, no Via Rebouças, com sete atrações em uma noite de muito rock´n´roll.


Programação do RG 2007:

22h00 - X Máquina
22h45 - Circle
23h30 - Magaivers
00h15 - Punkake
01h00 - Mariatchis
01h45 - Anacrônica
02h45 - Show especial: Faichecleres

Contatos da Produção:

www.fanmusic.com.br

Conheça mais sobre as bandas:
(X Máquina)
www.xmaquina.com.br
(Circle)
www.ribasrocks.com
(Magaivers)
www.magaivers.com
(Punkake)
www.punkake.com
(Mariatchis)
www.myspace.com/mariatchis
(Anacrônica) www.anacronica.com.br
(Faichecleres)www.faichecleres.com.br e www.fotolog.com/faichecleres

terça-feira, 25 de setembro de 2007

FESTIVAL GARIMPO COLOCA BELO HORIZONTE NO MAPA INDEPENDENTE BRASILEIRO




Evento marca os 10 anos do Bar A Obra e do Programa Alto-falante


Era uma vez um inferninho. Em junho de 1997, movidos pela vontade de abrirem um local onde sua banda – Os Meldas – pudesse se apresentar, Cláudio Rocha, Marcelo Crocco e Lino Rodrigues criaram o Bar Dançante A Obra. Se no início a casa abrigava até mesmo shows de jazz, aos poucos foi se transformando na grande meca do rock independente em Belo Horizonte, abrindo espaço tanto para a cena local quando para os principais nomes dos outros estados do país e de fora dele. Difícil é encontrar um nome do rock brasileiro que não tenha se apresentado na Obra, hoje uma das mais famosas casas rock do Brasil.

Quase ao mesmo tempo, surgia na Rede Minas de Televisão o programa Alto-falante. Criado pelo jornalista Terence Machado a partir de um quadro semanal no programa Agenda, a proposta do Alto-falante sempre foi a de exibir a boa música feita nos quatro cantos do mundo, principalmente um certo canto na América do Sul, muito conhecido por ser a terra do samba e do axé. Menos no Alto-falante que sempre abriu espaço para todas as vertentes do rock, do pop, do blues, da música eletrônica e até mesmo do jazz e da MPB através de coberturas de eventos, matérias especiais, exibição de videoclipes e muita interatividade com os telespectadores.

Dez anos depois, para comemorar sua primeira década de existência, o programa Alto-falante e o Bar A Obra se uniram em torno de um objetivo: a criação de um festival independente em Belo Horizonte. Surgiu assim, o GARIMPO, que pretende recolocar a cidade no mapa da cena independente brasileira, promovendo o intercâmbio de artistas locais com outros nacionais e proporcionando ao público da capital a oportunidade de fazer parte desta história.

A primeira edição do FESTIVAL GARIMPO ocorre entre os dias 27 e 29 de setembro, em Belo Horizonte, com a participação de 17 artistas, em sua maioria oriundos da cena local – condição preponderante para a inclusão do Festival no calendário nacional da Abrafin (Associação Brasileira de Festivais Independentes) a partir de 2008, ao lado de eventos consagrados, como MADA, em Natal, Abril Pro Rock, em Recife, e Goiânia Noise, em Goiânia.

A programação da primeira edição do FESTIVAL GARIMPO é a seguinte:

Quinta-feira, dia 27/09/2007

Horário: 21 horas

Local: Teatro Dom Silvério (Av. Nossa Senhora do Carmo, 230 - Savassi - Belo Horizonte - MG - Fone: 31.2191-5700)

WANDER WILDNER (RS) E SÉRGIO SERRA (SP)

Ingressos: R$ 12,00 (inteira) e R$ 6,00 (meia) à venda no local

Horário: 23h30 horas

Local: A Obra (Rua Rio Grande do Norte, 1168 - Savassi - BHZ/MG - Tels.: 31.3215-8077 / 3261-9431)

Ingressos: R$ 10,00

23h30 - DEAD LOVER´S TWISTED HEART (MG)

0h30 - CAROLINA DIZ (MG)

1h30 - PORCAS BORBOLETAS (MG)

Sexta-feira, dia 28/09/2007

Horário: 23 horas

Local: A Obra (Rua Rio Grande do Norte, 1168 - Savassi - BHZ/MG - Tels.: 31.3215-8077 / 3261-9431)

Ingressos: R$ 10,00

23h - JULGAMENTO (MG)

0h - ROGER MOORE (MG)

1h - PARALAXE (MG)

2h - LUCY AND THE POPSONICS (DF)

Sábado, dia 29/09/2007

Horário: 20 horas

Local: Lapa Multshow (Rua Álvares Maciel, 312 - Santa Efigênia - Belo Horizonte - MG)

Ingressos: R$ 12,00 (antecipado) e R$ 15,00 (no dia)

À venda na 53HC (Rua Rio de Janeiro, 630, Loja 53, Galeria Praça 7 – Centro) e no Lapa Multshow.

PALCO 10 ANOS

20h - TERMINAL GUADALUPE (PR)

21h – VALV (MG)

22h - ESTRUME´N´TAL (MG)

23h – MACACO BONG (MT)

0h - MONNO (MG)

1h - VANGUART (MT)

2h - MONTAGE (CE)

PALCO SOL

21h30 - LEANDRO FERRARI (MG)

22h30 - ESQUADRÃO ATARI (MG)

23h30 - UDR (MG)

0h30 - PROA (MG)

O FESTIVAL GARIMPO tem patrocínio da cerveja Sol e apoios da Trama Virtual, Clan Hotéis, Obar, Prodel, Blackboots e promoção da OiFM.

FESTIVAL GARIMPO

De 27 a 29 de setembro

Locais: Teatro Dom Silvério, A Obra e Lapa Multshow.

Ingressos: R$ 12,00 (inteira) e R$ 6,00 (meia) – Teatro Dom Silvério;

R$ 10,00 – A Obra

R$ 12,00 (antecipado) e R$ 15,00 (na hora) -Lapa Multshow)

Censura: Livre (Teatro Dom Silvério), 16 anos (Lapa Multshow) e 18 anos (A Obra)

Informações: www.festivalgarimpo.com

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Excluídos da Academia de Letras

03 de janeiro de 1999

O convívio com a espécie sufoca-me cada vez mais. O primeiro amor
na verdade não foi o primeiro e obviamente não seria o último, foi
apenas o amor que me acolheu. Ao abrir os braços atirei-me de peito
aberto, enfeitiçado pelo aroma, aprisionado pelo desconhecido,
estremecido pelo instinto. Porém, cada parte do meu corpo ruiu, o
sentimento supremo causou-me nojo pela necessidade de ser
constantemente alimentado, insaciável, monstro faminto de desejos,
o extremo humano, o sorriso que consome a alma.
Abalado resisti à tentação, o mal de todos os homens que consiste
em esquecer, simplesmente ignorar ter alcançado, mesmo que por um
dia, o prazer. Segui firme na luta contra o estômago, o nó que
apertava o meu interior. Havia em mim a necessidade de refazer meus
hábitos alimentares, de consumir e ser consumido, de vir a ser pó,
nada. Mas o amor é supremo demais para isso, de uma divindade
egoísta. Há que o diga que o amor é generoso, pois eu vos digo: O
amor foi o começo do meu fim.
Não confunda minhas palavras com a de um homem rejeitado, lamentado
junto ao rebanho o descaso da mulher amada. O que me entristece é
saber que tal sentimento tornou-se o escudo para os fracos, a
muleta dos aleijados, a desculpa da minha morte.

Edu R. , morto em 1999. {Cartas Póstumas}
os textos escritos a mão foram deixados pela mãe em um sebo, junto com
a coleção dele de Allan Poe,Fante, Kerouac , Dostoievisk, Álvarez de Azevedo, Neruda e outrens...

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

13º GOIÂNIA NOISE FESTIVAL

A MAIOR FESTA DO ROCK INDEPENDENTE NO BRASIL

www.goianianoisefestival.com.br

Aos 13 anos de idade, o Goiânia Noise Festival começa a ter cara de gente grande.

Por isso, a edição deste ano será a mais internacional de sua história, com a presença de bandas e artistas de todas as partes do mundo.

E o festival de atrações gringas começou já nas prévias do Noise, com shows dos norte-americanos

do Nashville Pussy (na sexta-feira, 14/09) e DJ Diplo (dia 21 de outubro).

Já as três tradicionais noitadas de rock sem parar do Goiânia Noise Festival serão realizadas entre os dias 23 e 25 de novembro em um local inédito e com toda a suepr estrutura das edições anteriores do festival. Além disso, na semana que antecede o Noise, várias ações acontecerão em diversos locais da cidade. Serão ciclo de palestras, debates e workshops, pocket shows e baladas que farão de Goiânia a verdadeira capital da música independente brasileira.


Mas o que você quer mesmo saber são as atrações do festival, né? Então, prepare-se!

O 13º Goiânia Noise Festival irá contar com cerca de 40 shows,

sendo pelo menos cinco atrações internacionais, três headliners brasileiros de peso,

a nata do rock independente brasileiro e o melhor da produção rock goiana.

E mais: numa inédita parceria entre a Monstro Discos e Trama Virtual,

três bandas serão selecionadas por num concurso online, que terá suas inscrições abertas no dia 25 de setembro.

E para você ter uma idéia do que vem por aí, confira abaixo 10 atrações que irão botar a casa abaixo durante o 13º Goiânia Noise Festival!!!!



BATTLES (New York - USA)




http://www.myspace.com/battlestheband

Banda de Nova York, é a grande novidade no cenário do rock mundial. Lançou este ano seu primeiro disco e vem atraindo muita curiosidade com seu som complexo e estranho, classificado de math rock, avant rock, ou algo que valha. Battles faz um som torto, dissonante, mas mesmo assim com pegada pop. Em sua formação existem membros de bandas como Helmet e Don Caballero. Em plena tour mundial, com shows super disputados, passando pelos principais festivais de na Europa e nos USA, o Battles aporta no Brasil pela primeira vez em novembro.

THE LEGENDARY TIGERMAN(Coimbra - PORTUGAL)


http://www.myspace.com/thelegendarytigerman

Paulo Furtado, ou melhor The Legendary Tigerman, é hoje o principal nome do rock underground português. Membro da banda Wraygunn e ex-Tédio Boys (lendas do rock lusitano), nesse projeto ele é um homem banda. Toca bateria, guitarra, gaita, kazoo, masca chiclete, chupa cana e faz o diabo no palco!!!

Seus discos já foram lançados em todos os cantos do planeta e, depois de tocar no Abril Pro Rock em 2005,

volta ao Brasil para mostrar seu blues mascarado e sensual.

MQN (Goiânia - GO)



http://www.myspace.com/mqn

Mítica banda do circuito independente brasileiro, a MQN completa em 2007 dez anos de shows incendiários e discos envenenados. MQN tem em seu currículo shows em quase todos os festivais nacionais como Abril Pro Rock, Porão do Rock, Goiânia Noise Festival, Coca Cola Vibe Zone, entre outros. Além disso, a banda já realizou três turnês internacionais, sendo duas pelos Estados Unidos (em 2001, quando gravou um disco com a produção dos Man or Astroman, e em 2003, quando fez shows em lugares como EMP - Seattle / WA e SXSW Festival Austin / TX) e uma pela Argentina (em 2007, quando teve um disco inédito lançado pelo selo argentino Scatter Records). O rock explosivo da MQN é hoje uma das principais referencias de rock independente brasileiro e é ainda uns dos principais motivos para a cidade natal da banda ser reconhecida pela imprensa brasileira como "Goiânia Rock City" ou "Seatlle Brasileira".


MUNDO LIVRE SA (Recife - PE)




http://www.diariodomundolivre.blogspot.com

Mundo Livre S/A dispensa maiores apresentações. Uma das mais lendárias bandas do Brasil, foi precursora do movimento mangue-bit, que prega a universalização/atualização da música pernambucana. Fred 04, vocalista do Mundo Livre S/A, foi o autor do manifesto, juntamente com Renato L. e Chico Science. Como vários albuns clássicos em sua discografia, como "Samba Esquema Noise" e "Por Pouco", a bada teve seu mais novo cd, "Bebadogroovie", lançado em 2006 pela Monstro Discos.

PERROSKY (Santiago - Chile)



http://www.myspace.com/losperrosky

PERROSKY é um duo chileno formado por Álvaro e Alejandro Gómez (membros da banda Guizo) e que nesse projeto destacam um som folk e blues garagem, com apenas Alvaro na bateria e percusssão e Alejandro nas guitarras, harmonica e voz. Destaque na última BAFIM, a banda vem pela primeira vez ao Brasil para mostrar como se mescla Hound Dog Taylor, Elvis, Jon Specer com canções sulamericanas. Blues punk, folk garagem em espanhol.

THE DTs (Bellingham - USA)



http://www.myspace.com/thedts

The DTs é um quarteto do noroeste americano que tem em sua formação Dave Crider, lenda do rock independente mundial, lider dos Mono Men e Watts e capo do não menos legendário selo Estrus Records. Além dele, a espetacular cantora Diana Young-Blanchar, Mikey Funster e Scott Greene (bateria e baixo), formam uma banda carregada de influencia do hard rock 70's e sensibilidade soul e funk, leia Al Green, Ike & Tina Turner para citar poucos nomes.

Recém chegados de tour europeia, vão destilar seu hardsoul no Brasil.

RUBIN (Bueno Aires - Argentina)




http://www.myspace.com/rubinlandia

Rubin é cantor e compositor de power pop e um dos grandes expoentes do rock argentino. Lançou no Brasil o disco "Esperando el Fin Del Mundo" em 2007 pelo selo Senhor F Discos / Scatter Records. Pérolas pop, com influências de Teenage Fanclub, Elvis Costello e do wall of sound de Phil Spector. Sebastian Rubin é uma verdadeira caixinha de hits e vem ao Brasil acompanhado de sua banda, Los Subtitulados.

MECHANICS (Goiânia - GO)


http://www.myspace.com/wwwmyspacecommechanics

Esporrento e inclassificável, Mechanics é o virús culpado pela expansão e doidificação do rock goiano. Estão aí desde 94, tocando o foda-se com o rock bêbado e vagabundo mais anfetaminado de Goiânia Rock City. No caldeirão sonoro desse demônio, somos remetidos a universos futuristas e sombrios de violência gratuita, delírios etílicos, pornografia e historias sujas. Tudo temperado com o mais feroz e explosivo frenesi provocado pela erupção elétrica sônica em forma de petardos que detonam direto na moleira. A banda tocou em todas as edições do Goiânia Noise Festival e lançou este ano um CD encartado junto de um livro de quadrinhos de Fábio Zimbres, numa perfeita fusão de música e HQ. Uma obra-prima estranha e única.

MOTOSIERRA (Montevideo - URUGUAI)



http://www.myspace.com/motosierra

Motosierra se formou no final dos anos 90 em Montevideo e é, hoje, uma banda fundamental no rock pesado sul-americano. Tem influências de Dwarves, Turbonegro, Motörhead, GG Allin e alia acordes punks, vocais berrados, velocidade e hedonismo sônico. Já dividiu discos e palcos no Brasil com Forgotten Boys e está sempre tocando em clubes paulistanos e no sul do País. O Motosierra vem pela primeira vez ao cerrado brasileiro.




www.ecosfalsos.com.br


"Esses profanos, esses agnósticos, esses heréticos são bons pra diabo!”, afirmou Tom Zé logo após participar das gravações do primeiro CD dos Ecos Falsos que acaba de ser lançado pela Monstro Discos. Estranho, torto e com um humor ácido, os Ecos Falsos começaram em 2001, quando alguns amigos se juntaram para fazer um rock rock barulhento, bem-humorado sem ser patético, com letras decentes e refrões inflamáveis. "Ecos falsos", em ufologia, significa o sinal captado por radares onde supostamente há atividade alienígena. E isso é tudo que você precisa saber sobre o nome. Uma das revelações da cena independente, a banda já tocou nos principais festivais do País e não se cansa de cair na estrada em busca de novos shows e cerveja barata.


13º GOIÂNIA NOISE FESTIVAL

www.goianianoisefestival.com.br


Patrocínio:

NOVO MUNDO

Apoios:

PREFEITURA DE GOIÂNIA

SEBRAE-GO

LEI GOYAZES

Cerveja Oficial:

SOL

Rádio oficial:

97 FM

Veículo online oficial:

TramaVirtual

Festival Filiado:

ABRAFIN

Realização:

MONSTRO DISCOS

www.monstrodiscos.com.br

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

E aí pessoas!

Alexandre Moreira

Uma semana após as ocorrências do Festival Calango, posso dizer que o sono, os ouvidos e o fígado já estão quase recuperados. O problema é que nesta semana tem o Jambolada em Uberlândia – o Loaded vai estar nessa empreitada também – ainda não confirmei presença, mas o Valter é figura certa no maior festival do estado de Minas Gerais.

Nesta postagem me aterei ainda ao festival acontecido em Cuiabá e às suas causas e causos. Na verdade na semana passada, ainda sob a adrenalina do festival, escrevi absurdas e empolgadas oito páginas. Agora, bem mais condensadas as idéias e as palavras, creio que a visão Loaded estará expressa, mas não se esqueçam de assistir em algumas semanas, o nosso vídeo sacado de dentro do Festival. Além do conteúdo musical do festival, vale citar as outras artes integradas, os ciclos de palestras, também o junkie-food dos mais nervosos e tudo que gira em torno de um grande evento roqueiro. Afinal o Calango está entre os cinco maiores da Abrafin (Associação Brasileira de Festivais Independentes) e é exemplo mor do porque desses festivais serem tão importantes para a cultura jovem brasileira e porque também são hoje a ‘grande mídia’ para as bandas iniciantes. Dar as caras em um festival é alçar algo a mais para as coisas fazerem sentido. Por volta de 6.000 pessoas acompanharam o evento nos 3 dias. Há também de se ressaltar a preocupação da organização, a cargo do Espaço Cubo, em não levar para o evento, os famosos artistas-que-chamam-público. Todas as bandas, desde o Zen Fim às 19:00hs da sexta-feira, até Tequila Baby na madrugada da segunda, 03/09, não têm vínculo com selos e gravadoras de grande, ou médio porte. Talvez o melhor conceito do que é fazer música independente seja esse dos cubistas.

Minhas impressões gerais sobre o evento têm um hiato no conteúdo do primeiro dia do festival, afinal não consegui ver tudo o que rolou na sexta-feira, dia 31, pois no coquetel inaugural, uma tal “insolação” me deixou em baixa a certa altura da primeira noite. Nos outros dois dias acompanhei tudo de bem perto, pois mesmo com muito calor não fui acometido pelo problema.

Durante o Loaded #95 eu e o Valter também discorreremos sobre mais coisas. O #94 está no ar e foi feito dentro do nosso confortável apartamento 417 do hotel Itaiamã (?). Bem, confortável para duas pessoas, porém transformado em estúdio, com Jeff Molina, um dos Corações Em Fúria; Ricardo Rodrigues da UFSCAR, os quatro integrantes do Carolina Diz, mais eu, o Valter, a muvuca dos nossos equipamentos e mochilas para todos os lados, e tudo isso sendo gravado com o barulhento ar condicionado desligado... parecia o Hell Room dentro de Hell City. Adreana Rangel, do Correio de Minas também gravaria conosco, mas decidiu fugir do futum male rocker.

Se ainda não o fizeram, dêem uma ouvida e agradeçam que rádios e computadores não exalem cheiro.

Para o burburinho de trás dos palcos, pensarei bastante se podem e/ou devem ser postados. Agora, que mereciam, ah mereciam... Como na sua etimologia, a palavra ‘festival’ significa “grande festa”, não há como não aplicar outro contexto para o Calango. Estavam lá representantes da grande safra indie nacional e também jornalistas especializados do país todo, produtores, curiosos e um público quente (não há como não ser). Tudo resulta numa grande harmonia festeira (ou quase) apropriadíssima para reencontrar toda essa leva de pessoas que têm rodado a terra brazilis cobrindo e descobrindo festivais. Nomes como: Programa Alto-Falante da Rede Minas; Revistas Rolling Stone; Dynamite e até a Veja dentre outras, os mais variados Jornais, Sites como o esperto Urbanaque e blogs sempres antenados como o Goiânia Rock News, uniram-se ao demais fazedores de rock e também festejam.

O balanço do Calango pode ser expresso em uma frase: Shows poderosos, organização, calor, cerveja e muitas gargalhadas. A organização ‘cubista’ é imbatível, todos muito bem entrosados e aptos para não deixar o bando de roqueiros na mão, e isso significa uma tarefa ingrata, porque enfiar quase 200 fulanos em um hotel dos mais bacanas e suportá-los com transporte full-time para o leva e trás desenfreado de aeroporto, alimentação, palestras e shows, só uma tática de guerrilha capitaneada por Pablo Capilé para dar tão certo como deu. Com relação aos shows, não se preocupem, não vou resenhar banda por banda. Não tenho tanto gabarito para tal e só mais xiitas leriam tantas mal fadadas linhas feitas pelo rapaz aqui. Aterei-me aos destaques, e para você se informar de melhor maneira, o belo site do Calango (www.festivalcalango.com.br) esmiúça toda a parada, além de todos os outros veículos que lá estavam e cobriram de maneira muito mais esperta do que o tal Loaded E-Zine. Ah! Vai de maneira randômica também. Para ficar um pouco menos óbvio e de acordo com minhas lembranças também.

Vaguart penúltimo show do festival

Talvez o mais aguardado por todos nos três dias, afinal era o primeiro show dos rapazes em sua terra natal, após o lançamento do primeiro álbum. Foi um belo show, porém muito curto, o problema era que o fechamento da noite não ficou por conta deles, então tiveram que condensar em 30 minutos algumas das faixas novas e outras antigas (me impressionou as groopies com as músicas novas na ponta da língua, afinal o disco saiu há menos de um mês e não havia vazão na net antes disso), muitos marmanjos também faziam coro. Realmente Vanguart faz jus ao fervor em torno deles. As faixas acima da média e um desempenho muito bom de palco. O bailar de Reginaldo com seu baixo e a postura de Helinho, que também contaram com um ilustre bailarino deveras caracterizado de menino maroto do inicio do século passado (acho que era isso), uma espécie de Bezz, do Happy Mondays, aquele cara que não canta, não toca, só fica ali no palco saracuteando. Antes da última faixa, acordes afoitos do Tequila Baby no outro palco causaram estranheza, e ao meu ver o maior ponto falho de tudo. Eu que já não era muito fã do TB, com essa, a meu ver, indelicadeza, perderam um espectador. Soou como um certo desrespeito com os garotos de cima e abaixo do palco. Segurada a onda, o palco foi invadido por Daniel Belleza e outros, que numa bela balburdia, esgoelavam ‘que só acreditavam no Semáforo ’ para aí sim findar o aguardado porém curto show.

Confesso que esperei uma comoção maior por parte do público cuiabano junto à banda, mas isso pode se justificar com o adiantado horário de um domingo.

Daniel Belleza e Os Corações em Fúria

Com total dominação sob o público, DBCF pareciam estar tocando no quintal de casa. As carecas de Jeff Molina e Jhony Monster, mais o incessante rebolar de Rangel deram mais brilho ainda ao ‘MC’ Daniel Belleza. O cidadão subiu ao palco com um traje de maracatu todo negro, segundo ele: “Maracatu do Inferno”. Logo de cara dizendo que não tocaria com as pessoas tão distantes do palco (entenda: 1,5 mt – a área restrita á imprensa), isso fez com que o povão começasse a empurrar até cair o pequeno alambrado que os ‘distanciava tanto’ dos ídolos. Fotógrafos, jornalistas e outros que ali estavam, foram tomados pela massa. Era o sinal da catarse. Com a rodagem de muitos festivais nas costas, a banda é sem dúvida um dos grandes nomes do indie rock nacional. Show redondo sem ressalvas, a não ser meu calcanhar semi-ralado pelo alambrado invasor. Foi daquelas bellezas que só show de rock pode proporcionar

Astronauta Pingüim

Acompanhado por dois Corações Em Fúria na cozinha, Jeff Molina (o baterista do festival) e Jhonny Monster, no baixo e guitarra, Pingüim e seu Moog fez, disparado uma das melhores apresentações de todo o Calango. Suas versões para Madonna, Nirvana entre outras, deixaram os cuiabanos ensandecidos. Muito bom ver o público acatando o rock n roll em variações menos tradicionais. Pingüim rasgava, com seu sotaque gaúcho carregado de sarcasmo, algumas palavras aos afoitos da platéia. Ganhou todo mundo. Vale frisar que o Pingüim age o tempo todo com esse sarcasmo de nível bem alto, piadista de mão cheia.

Manacá

Se pudermos dizer que há hype no nosso cosmo indie, o Manacá é umas das bolas da vez. Revistas exaltando; destaque em sites; elogios no backstage e até aqui no Loaded rolaram por duas vezes em pouco tempo. Banda com cara de sucesso popular. O primeiro show a incandescer o público do sábado. A bela vocalista Letícia Persiles com seus trejeitos maria-ritianas demonstrou charme e afinação necessária para seu estilo de música, galgado em coisas como: “Novos Baianos”, e também para arrebatar corações marmanjos.

Terminal Guadalupe

Estava louco para ver um show do Terminal Guadalupe e me saciei como a muito não fazia. Expondo o seu “A Marcha dos Invisíveis”, disco que acompanha DVD. Os curitibanos pegaram o público eufórico do Manacá e jogaram gasolina. Dary Jr, o vocalista estudioso de música, é um front man convicto. Impressionante o teor pop do TG. Em dado momento as duas guitarras se defrontaram, e todo meu corre-corre pelo universo independente fez sentido. Poucas vezes me ocorreu arrepio semelhante. Show mais que necessário nessa vidinha mundana. Outra coisa, o CD e DVD dos caras é aula de economia para majors. Que estas procurem Dary Jr. para saber como se deve fazer. Melhor, morram e deixem as bandas e selos menores fazerem.

Cabaret

Não dava para saber se Marcelo ‘Marvel’ representava ou se realmente se indignava com o cabo do microfone, insistente em desplugar. A performance era Sidney Magal total, mas suas caras e bocas me lembravam David Lee Roth. A baixista ‘De Luxe’ me impressionou pela postura tão centrada ao lado de um insano como o Marcelo.

Macaco Bong

Pelo backstage você poderia trombar a todo o momento com os Bongs, verdadeiros operários da música. A parte técnica do evento era a cargo deles. Como verdadeiros super-heróis que têm dupla identidade, ficam na surdina, depois incorporam o caboclo-toca-muito e salvam o mundo. Todos queriam ver a melhor banda instrumental do país em ação no palco que eles tanto ralaram. Kaiapy é nosso guitar hero sem pedal, Ney Hugo tem o baixo e ninguém tasca, ao Inayã, a deliciosa tarefa de bater com maestria. Eu que nem gostava muito de fusion há algum tempo, hoje fico a visualizar o Macaco Bong como head liners em um mega festival roqueiro no mundo. A exemplificação maior da música brasileira em todos os aspectos.

O Quarto Das Cinzas

Eletricidades têm agradado bastante o público rocker. A vocalista Laya Lopes é outra candidata à namoradinha dos indies. Belíssimo desempenho com baixo contundente, guitarra afiada e beats; loops e bytes a cargo de um lap-top foderoso.

Montage

Seria Daniel Peixoto um sex simbol da cena? A primeira vez que vi um show do Montage já faz uns dois anos. Nesse hiato fui acompanhando de longe o crescimento da banda, sem saber as quantas andava o desempenho de Daniel no palco. Na primeira vez confesso ter achado ele meio inseguro para o que pedia sua música e seu visual. Entretanto nesse Calango o cara parecia um gigante de quatro metros de altura de pura testosterona. A molecada pirou, e mesmo no aguardado show do Vanguart não deixavam de interpelá-lo para as fotos e autógrafos. God save the beats!

Móveis Coloniais de Acaju

Nunca fui muito afeito a muitos metais no rock, nem àquelas performances. Ok! O Móveis não é rock mesmo, e eu sou chato também. Mas é incontestável o carisma dos rapazes no palco e fora dele, talvez esse o grande trunfo para o indie-hype em torno dos brasilienses .Eles subiram ao palco quase às quatro da manhã do domingo. Uma grande parte do povo ainda se mantinha firme aguardando o fuzuê que eles provocariam, e não deu outra, festão com direito às famosas rodas e tudo mais.

Vou ter de aferir mais meus ouvidos para o som do Móveis, vou tentar me convencer.

Dead Smurfs

Ô molecada dos infernos! Bagunçaram o tempo todo em todos os cantos. Tinham tudo para um show picareta no mal sentido, mas não foi. Foi picareta no bom sentido.

Trouxeram de Uberlândia, além do carregado sotaque, uma maldita cachaça com gosto de azeitona, acondicionada numa espécie de garrafinha plástica, aqueles frasconetes de suco vendido em banca de pastel. Fizeram farta distribuição desse veneno do marketing, e jogar qualquer coisa para o povo sempre rende certa empatia. À sua maneira ganharam o público, também bem jovem, e com seus discursos pastelônicos entre uma faixa engraçadinha e outra, além das cômicas coreografias. Sem demérito, ganharam o troféu Mamonas Assassinas do festival.

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Ainda teria de falar do show morno do Pública, dos estilosos brothers do Rockefellers, das covers japonesas do camarada Aarão e do seu Camundogs, dos aplausos arrancados à unha pelo Cravo Carbono, do Maldita, do Mr. Jungle e muitas outras que haja ‘fosfozol’ para lembrar. Só não poderia falar das bandas que não vi, seja por motivos ébrios, esgotamento, ou falta de paciência para os “mais do mesmo”. Algumas bandas novas insistindo em fórmulas batidas como HC, ou Hardões setentistas demais para a meninada defronte ao palco. Porém é muito válido para essa geração que começa a se habituar a fazer rock estar presente em um festival grande como o Calango, não só para tocar, mas principalmente para aprender com os mais experimentados.

E outra vez, congratulações aos cubistas.

O Loaded acompanhou o Festival Calango a convite do Espaço Cubo.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

EXCLUÍDOS DA ACADEMIA DE LETRAS

01 de janeiro de 1999

Carta para mamãe.

Genesis

Tão infeliz foi em meu nascimento que em seguida devorou o próprio útero. Ao amamentar sangrou, do leite fez-se erotismo, da pele fez-se o toque e dos seus lábios escorreguei em direção a luz.

Ó mãe, fez-me perfeito, depositou no fundo do meu estômago a vontade da imoralidade, o destino da família, o bem e o mal, o puro dos puros. Triste fim para Breton, o belo não é um conceito, ele simplesmente é.

Ó mãe, desejou no mínimo que fosse eu um deus, um anjo. Agora o seu anjo perambula de muletas, inveja, alimenta-se com a boca dos outros, necessita voltar ao passado para resgatar as únicas coisas de valor, as suas memórias.

Escrevo essa carta como a primeira do último ano de minha vida, o começo de um fim inusitado. Escrevo para ti esse início, mas também para além de ti, para o mundo. Deixarei uma a uma em local previamente escolhido, contando os meus dias, amores, angustias do nascimento à morte.

Edu R.

Uma carta para todos e para ninguém. (Zaratustra).

Edu R. , morto em 1999. {Cartas Póstumas}
os textos escritos a mão foram deixados pela mãe em um sebo, junto com
a coleção dele de Allan Poe,Fante, Kerouac , Dostoievisk, Álvarez de Azevedo, Neruda e outrens...